Entre Linhas por MANUEL RUA
Por amável iniciativa do amigo Valdemar Pinheiro, fui
convidado a colaborar no “Cascais24”, este notável canal de notícias online,
que se reafirma a cada dia por mérito de um excelente e bem seleccionado conteúdo,
valorizado pelo talento, pela lucidez, pela arte e pela dedicação de todos os
seus colaboradores, que me apresso a cumprimentar.
Sinto-me, pois, lisonjeado e agradecido com a
oportunidade que me é dada de partilhar esta experiência com tantos e tão
conceituados autores que me ajudarão a conhecer melhor a realidade de Cascais, dando-me
a possibilidade de expressar livremente o que penso, revelar os meus anseios e
propostas e, sobretudo, de exigir esclarecimentos a quem de direito.
E porque do futuro se trata, aproveito para tema desta
primeira intervenção, a notícia que ontem saiu no DN sob o título “PSD abre a porta a candidaturas de ex-militantes”.
O caso é relevante para Cascais dado que o actual
presidente da câmara, Carlos Carreiras, deixou de ser vice-presidente do
Partido para se tornar Coordenador Autárquico Nacional para as eleições de
2017. E, ontem, fez aprovar no Conselho Nacional do Partido e por unanimidade,
uma Moção que admite … "convergência
com pessoas que pensaram de maneira diferente de nós no passado". Assim,
abre a porta a que regressem militantes expulsos ou zangados com o partido.”
(DN 2016 07 21). Isto quer dizer que o senhor pôs a cabeça no cepo !
Se o PSD ganhar a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses
(ANMP) o nosso amigo até poderá ir fazer companhia ao Barroso, lá para as
bandas da alta finança. Se por acaso perder, como se espera e a maioria deseja,
o senhor Carreiras terá, certamente, que inventar uma nova forma de vida.
Como todos sabemos, foram expulsos uma série de militantes após as eleições
de 2013, que concorreram, em listas independentes contra as do PSD, havendo
outros que anteciparam a saída do Partido antes das eleições por desacordo
integral com as políticas totalitárias e parciais que se vinha desenhando nas
estruturas locais. Todos os que saíram
eram militantes activos, com conceituada identidade pessoal e de competência
profissional comprovada. Todos tinham os
respectivos círculos de influência e militavam a favor de um ideal Social
Democrata, ainda marcado substantivamente pelo ideário de Sá Carneiro. Foi o afastamento desta linha, a adulteração
dos princípios e a atitude prepotente de cetos autarcas (nos quais incluo
Carreiras) que estiveram na base da debandada.
Houve demasiadas promessas incumpridas … demasiadas mentiras … demasiadas
desilusões … e pouco ou nenhum respeito por quem sofreu as consequências.
Por isso, as pessoas deixaram de acreditar neles … e agora, que estão a ver
a vida a andar para traz … com um horizonte eleitoral que lhes é francamente hostil
… vêm à “babugem” (como dizem os pescadores cá da Parede) na tentativa de
pescar uns carapaus “pró gato” ou uns sabujos que se deixem vergar às esmolas
que lhes vêm oferecer por meia dúzia de patacos.
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